segunda-feira, 19 de agosto de 2019

AS ORIENTAÇÕES PARA O BOM MINISTRO



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AS ORIENTAÇÕES PARA O BOM MINISTRO

As orientações para o bom ministro
1 Timóteo 4.6-16






Introdução:

I.    Paulo já ensinou sobre diversos assuntos e agora faz um resumo de orientações para Timóteo ser um bom ministro. São doze ensinos, tais como os que seguem.

1)         O bom ministro expõe o ensino (v.6)
2)         O bom ministro rejeita o falso ensino (v.7)
3)         O bom ministro se exercita na piedade (v.7-8)
4)         O bom ministro aceita a Palavra fiel (v.9)
5)         O bom ministro luta pela Palavra fiel (v.10)
6)         O bom ministro ordena e ensina (v.11)
7)         O bom ministro não despreza a sua mocidade e se torna o padrão dos fiéis (v.12)
8)         O bom ministro se aplica à leitura, à exortação e ao ensino (v.13)
9)         O bom ministro não negligencia o dom concedido por Deus e testemunhado por outros líderes (v.14)
10)    O bom ministro medita no seu ministério para que o seu progresso se manifeste aos outros (v.15).
11)    O bom ministro cuida de si mesmo e da doutrina (v.16)
12)    O bom ministro persevera (v.16)


II. É bem detalhado o ensino acima, mas podemos resumi-lo em duas orientações. A primeira é a orientação para o ministro cuidar do ensino e a segunda cuidar de si mesmo. 

Um obreiro deve seguir as orientações de Paulo para Timóteo
As orientações para o bom ministro

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1.1.   Cuidar do ensino (v.6-11).


1.2.   O bom ministro expõe o ensino, mas toma o cuidado de se alimentar. O bom ministro (diakonos, servo) não pode negar o bom ensino aos irmãos e deve, também, adverti-los contra os falsos ensinos (v.6).


1.3.  O obreiro deve rejeitar, ou seja, não dar importância religiosa a certos assuntos, no caso, a essas fábulas. As fábulas não são necessariamente blasfemas ou ímpias em seu caráter, mas não têm valor para o ensino da Palavra de Deus. Muitas fábulas eram histórias mentirosas sobre anjos, Deus e outros assuntos, os quais eram tratados sem base bíblica, mas que os falsos mestres usavam como se tivessem valor escriturístico (v.7).


1.4.  As senhoras em idade avançada devem ser respeitadas e honradas, ainda que algumas sejam caducas. O sentido não é quanto às mulheres de idade avançada, mas diz respeito às ideias indignas de confiança. Paulo usa uma expressão para transmitir a ideia de "pouca credibilidade". Não significa que as fábulas eram contadas por velhas, pelo contrário eram narradas por pessoas muito conscientes do que estavam fazendo, porém, o servo de Deus não deve dar credibilidade a esses ensinos falsos (v.7).


4. Exercitar é o mesmo que treinar, disciplinar o corpo ou a mente (Hb 5.14). Esse treino deve ser na “piedade”, que é o temor a Deus, a vida cristã propriamente dita (v.7).


5. O bom ministro deve treinar para alcançar vitórias sobre o velho homem. O exercício é estudar a Palavra e praticar com a ajuda do "treinador", o Espírito Santo. Alguns se exercitam no mal (2 Pe 2.14). Treino em ginásio de esportes nunca é fácil. Assim, também, treinar-se na piedade requer sacrifícios (v.7).





6. Quando Paulo diz que o exercício físico "para pouco é proveitoso", ele não está dizendo que o exercício físico não tem nenhum valor, mas que não tem nenhum valor no que se refere a benefícios para a eternidade (v.8).


7. O exercício físico para esta vida é muito bom. Se o exercício físico é bom, o exercício na vida cristã é muito melhor, pois resulta em benefícios espirituais para a eternidade, que é a "promessa da vida que agora é da que há de ser" (v.8).


8. Fiel é a palavra que Paulo está proferindo sobre o bom ministro. Ouvimos tanta mentira que seria muito proveitoso atentarmos para estes ensinos, pois há muitos maus obreiros introduzindo ensinos errados. A palavra fiel é o motivo da luta e Deus é nossa esperança. A luta é contra as heresias e o pecado de modo geral, o qual se reflete na falta de piedade, e também, para que outros conheçam o Salvador (v.9-10).


9. Para lutar é preciso ter um objetivo em vista. Obreiros que trabalham, tendo como único alvo os resultados de seu trabalho, ficam frustrados, pois pregam e pessoas não se convertem, ensinam os crentes e muitos não crescem e lutam para serem honestos e sofrem injustiça. Todo obreiro tem que mirar o alvo certo que é o Deus vivo e Nele esperar. O bom ministro receberá galardão do seu trabalho e não dos resultados obtidos (1 Co 3.8-9) (v.10).

10.Jesus Cristo é o Salvador de todos os homens. Isto não significa que Ele levará ao Céu pessoas que não se arrependerem de seus pecados e não creem Nele, mas que Ele pode aceitar todos os que querem ser salvos crendo na Salvação proposta por Ele, ou seja, crendo na expiação feita na cruz. Isto está ao alcance de todos os que ouvem e não apenas para um grupo selecionado (1 Jo 2.2) (v.10).

11. Timóteo tinha de ordenar, mas a situação dele não era tão simples para cumprir a exigência de Paulo. Timóteo devia ter mais ou menos 35 anos. No Império Romano, homem maduro era considerado de 40 anos para cima. Timóteo tinha de corrigir homens de 50-60 anos ou mais, isso era um obstáculo cultural a ser transposto. Sabemos que entre os judeus, um homem a partir de 30 anos já tinha autoridade para isto (v.11).


12. Timóteo era tímido, conforme as evidências de 1 Co 16.10-11. É possível que alguém quisesse tirar vantagem desses aspectos da vida de Timóteo. Há muitos obreiros que ensinam, porém, não tem coragem de ordenar. Se o nosso ensino pode ser discutido, escolhido ou rejeitado como mais uma opção filosófica, então, já não somos profetas de Deus e passamos a ser filósofos e “formadores de opinião”. O “assim diz o Senhor” é substituído pelo “veja se eu não tenho razão...” ou “eu penso assim” (v.11)


13. Esta orientação diz respeito ao ensino. O bom ministro precisa ensinar sempre e com autoridade. A autoridade vem de um cuidado por sua própria vida, como veremos a seguir.


II. Cuidar de si mesmo (v.12-16)

1.Por ter Timóteo que lutar contra um fator irreversível durante pelo menos uns 10 anos (até ficar "maduro" para a sociedade), deve tornar-se padrão, a fim de ser aceito, se não pela concepção de maturidade, pelo menos pelo caráter de um bom obreiro. Os mais jovens precisam de maior demonstração de um andar digno, pois a pouca idade e a falta de visão correta dos valores reais de um bom obreiro, por parte de alguns, tornam-se um obstáculo para ser reconhecido. Não ser reconhecido como um obreiro sério é prejuízo irreparável para a obra (v.12).


2.Independente se Paulo estava se referindo à leitura pública ou particular, é importante que todo obreiro leia. Sabemos que naqueles dias os crentes não possuíam cada qual a sua Bíblia particular, daí a importância do ministro (pastor) ler as Escrituras para todo o povo. Também era costume nas sinagogas a leitura pública. Logo se percebe quando um obreiro lê bastante ou pouco. A leitura frequente dá autoridade para toda pessoa em qualquer setor (v.13).


São necessários 25 carneiros para se fazer 200 páginas da Bíblia de pergaminho. Portanto, para se fazer 1200 páginas, o tamanho da Bíblia toda, são necessários 150 carneiros {Berean, nr.46, 14/11/03}

3.O obreiro, também, deve exortar o povo. A palavra exortar tem duplo sentido. Um deles é mostrar o caminho certo da vida cristã e o outro é consolar. O obreiro deve ler, exortar e ensinar. Parece que toda a base disto é a leitura. O obreiro que pensa que é suficiente para consolar e ensinar sem estudar já é um fracasso, pois ninguém é uma ilha, isolado em suas ideias. Não existe doutrina sem exposição do ensino e não existe ensino sem estudo da Palavra de Deus. Para exortar precisa cuidar de sua própria vida, senão o resultado será a hipocrisia (v.13).


4.Mesmo que Timóteo ouça Paulo e leia, exorte e ensine, ele não pode dispensar a ajuda pessoal de Paulo. Todo obreiro precisa de ajuda de seus líderes e todo líder tem a obrigação de acompanhar o crescimento dos seus discípulos. Percebe-se a intenção de Paulo na expressão “até que eu vá” (v.13).


5.O "Dom" é a capacidade dada pelo Espírito Santo para exercer uma determinada tarefa. É difícil dizer se aqui tem algo relacionado a poderes miraculosos. Em alguma igreja impuseram as mãos em Timóteo à semelhança da igreja de Antioquia da Síria, que fez o mesmo com Saulo e Barnabé (At 13.1-3). O dom não era responsabilidade do presbitério, mas era concedido por Deus para o obreiro ("em ti") (v.14).


6.Alguns pensam que a imposição feita a Timóteo foi em Listra (At 16.1-3). Outros pensam que foi em Éfeso, onde Timóteo recebeu o ofício de superintendente. Não é preciso estabelecer aqui o ensino de que os dons espirituais são concedidos desta forma. Mas aqui, talvez, refira-se simplesmente à bênção da igreja, ou seja, a igreja, por mãos do presbitério concordando com o obreiro para a tarefa a que está sendo enviado. De qualquer forma, o obreiro precisa ter a confirmação de Deus e dos irmãos para o ministério e jamais trair a confiança daqueles que investem em seu ministério (v.14).

7.As profecias devem ser as declarações proferidas por outros obreiros a respeito daquele que está sendo investido da autoridade de Deus. Um obreiro deve começar o ministério com uma quantidade de testemunhas para não ocorrer o erro de ser uma criação própria de algum obreiro presunçoso (v.14).


8.Meditar significa “pensar seriamente” (meletao, atentar cuidadosamente). O obreiro que não pensa seriamente nesses assuntos jamais conseguirá concentrar sua atenção no ministério, pois o exercício do ministério depende de uma mente direcionada e isto só é possível através da reflexão cristã (v.15).


9.Não apenas pensar esporadicamente, como que para refazer a estratégia de ministério, mas ocupar a mente com os princípios ministeriais. Pelas orientações de Paulo para Timóteo, podemos usar uma hipérbole e dizer que o bom obreiro quando não está estudando está pensando (v.15).


10.O bom ministro progride e todos veem. "Progresso" é um termo militar que significa "ir adiante” (prokope, avanço) como faz o pioneiro. Como aquele soldado que vai adiante da tropa derrubando obstáculos para outros seguirem. Timóteo devia abrir caminho para os crentes crescerem. Com este termo em mente, podemos fazer algumas considerações (v.15).


Se o obreiro não está abrindo caminho para seus discípulos eles nunca chegarão onde Deus quer.

Abrir o caminho causa alguns arranhões para o pioneiro, no caso, o obreiro.
Ao abrir o caminho muitos que estão atrás criticarão e, às vezes, darão boas sugestões.

Se o obreiro abrir o caminho para lugar errado, todos os seus seguidores estarão perdidos.

O obreiro nunca deve arrancar todos os obstáculos, mas deixar uns poucos para os seguidores.

Seria tolice que o pioneiro, ao invés de tirar os obstáculos colocasse outros mais.


11.Se Timóteo meditar nas ordens de Paulo e ser diligente (dedicado), todos verão que ele é um padrão, apesar de ser jovem. O obreiro não está sozinho em seu ministério no que diz respeito à prestação de contas. Mesmo não oficialmente, o obreiro presta contas aos seus discípulos, à igreja e à sociedade de modo geral. Não é possível um obreiro achar que está crescendo e ninguém perceber, pelo contrário, o seu crescimento fica evidente a todos (v.15).

12.” Tem cuidado” é a tradução de “epekho” que significa “prestar atenção, aplicar”. O obreiro que não aplica para si mesmos essas verdades tornam-se como o fariseu que diz “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”. O bom ministro cuida de si mesmo e da doutrina por causa do rebanho (v.16). 


13.Portanto, é possível um obreiro ser totalmente íntegro em sua moral, mas não ser um bom obreiro porque não é esforçado no ensino, ou seja, tem cuidado de si mesmo, mas não da doutrina. Por outro lado, há o obreiro que é um erudito na doutrina, porém, seu caráter não é perfeito (v.16).


14.Talvez não seja tão difícil começar nessas virtudes e doutrina, mas certamente será difícil continuar. Mesmo com as dificuldades o obreiro deve permanecer. Aqui não se trata de permanecer em um lugar, mas continuar no cuidado próprio e da doutrina. Isto o obreiro deve fazer onde estiver (veja a importância da palavra “continuar ou perseverar” em outros textos: At 6.4, 26.22, Rm 2.7, 2 Tm 3.14, Tt 1.9) (v.16).


15.É evidente que Paulo não está falando de salvação no sentido soteriológicos que estamos acostumados a entender. Ser salvo aqui significa, em termos bem populares “fazer valer a pena o ministério”. Ser salvo de um ministério inútil e dos erros (heresias). Não é por acaso que existem obreiros que são bênção e outros prejuízo para o reino de Deus. A aplicação desses princípios fará de nossos ministérios uma fonte de vida para os sedentos (v.16).

Conclusão
: - A queda de um obreiro reside exatamente na falta de observar essas duas orientações. O bom ministro deve cuidar do ensino para o seu rebanho, pois senão falhará no cumprimento de sua missão e, da mesma forma, não deve deixar de cuidar de si mesmo, pois senão não estará qualificado para conduzir o rebanho. 


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Pércio Coutinho Pereira, 09/10/2004

{Berean, nr.46, 14/11/03} site www.thebereancall.org






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